História do Sabá no Mundo

 

 

 

Termos do Tratado de Sustentação

 

 

Saibam todos que, a partir de hoje, o Sabá existe como uma entidade livre, embora o preço desta liberdade venha na forma do sacrifício de certos direitos.

 

Neste dia, 19 de Setembro de 1803, todos os Sabás de boa fé e consciência devem interromper todas as queixas contra outros membros da seita.

 

Qualquer um que violar este acordo – ou seja, que aos custos da seita declarar guerra contra um companheiro por motivos de benefício próprio – de agora em diante, será declarado banido e pode ser caçado pelo sangue que corre em suas veias. O banimento deve ser declarado por um bispo, arcebispo ou demais membros anciões da seita devidamente reconhecidos.

 

Por este, estamos unidos. Por este, somos o Sabá;

 

 

 

Assinado,

Regente Gorchist

 

Testemunhas

 

Cardeal Radu Bistri

Priscus Livia Boleslav Czernzy

Arcebispo Enrique Albertos Marquez

Bispo Federic Montaigne

 

===========================================================

 

 

Infelizmente, apenas o Tratado de Sustentação não foi o suficiente, e nem chegou a tempo. Novos conflitos internos surgiram. Em 1933, surgiu o Código de Milão. Alguns adendos foram feitos desde então, e teoricamente suas cláusulas são uma coleção de princípios da seita desde o seu início.

 

 

 

O Código de Milão

 

 

Pela autoridade solene do Regente Gorchist, este é o verdadeiro Código de Milão, revisado a partir dos manuscritos originais na noite de 21 de Dezembro de 1993. Das cinzas de nossa grande guerra, que a paz possa reinar para todo o sempre.

 

Um juramento de lealdade foi feito pelo regente e pelo consistório na presença de todos os líderes de facções e 50 outras testemunhas através do qual eles se comprometem a seguir fielmente todos os regulamentos impostos por este código em sua liderança do Sabá. O Código de Milão revisado foi aceito por todas as facções do Sabá, incluindo a dos Cardeais Huroff, Bruce de Guy, Agnes e Charles VI; e a dos Arcebispos Beatrice, Una, Tecumseh, Giangaleazzo, Toth, Aeron, Marsilio, Rebecca, Julian e Salluccio. Todas as demais facções têm de se comprometer a apoiar o Código de Milão revisado ou solicitar sua separação do Sabá.

 

Seguem-se os estatutos que compõem o Código de Milão:

 

I. O Sabá manter-se-á unido em seu apoio ao Regente da Seita. Se for necessário, um novo Regente será eleito. O Regente apoiará a luta contra a tirania, garantindo liberdade a todos os membros do Sabá.

 

II. Todos os membros do Sabá devem dar o melhor de si para servir seus líderes contanto que estes sirvam a vontade do Regente.

 

III. Todos os membros do Sabá devem celebrar respeitosamente todos os Auctoritas Ritae.

 

IV. Todos os membros do Sabá devem manter sua palavra de honra uns para os outros.

 

V. Todos os membros do Sabá devem tratar seus semelhantes com justiça e igualdade, sustentando a força e a unidade do Sabá. Se for necessário, eles devem suprir as necessidades de seus irmãos.

 

VI. Todos os membros do Sabá devem colocar o bem da Seita e o da raça dos Cainitas acima de suas próprias necessidades a qualquer custo.

 

VII. Aqueles que não honrarem este Código não deverão ser tratados como iguais e, portanto, não são dignos de assistência.

 

VIII. Como sempre foi, sempre será. A Lei de Talião será o modelo imortal de justiça pelo qual todos os membros do Sabá devem se guiar.

 

IX. Todos os membros do Sabá devem proteger uns aos outros contra os inimigos da Seita. Inimigos pessoais devem continuar sendo uma responsabilidade pessoal, a não ser que tenham o potencial de enfraquecer a segurança da Seita.

 

X. Todos os membros da Seita devem proteger os territórios do Sabá contra forças externas.

 

XI. O espírito de liberdade deve ser o princípio fundamental da Seita. Todos os membros do Sabá devem esperar e exigir liberdade de seus líderes.

 

XII. O Ritus de Monomacia deverá ser usado para resolver as disputas entre membros do Sabá.

 

XIII. Todos os membros do Sabá devem apoiar a Mão Negra.

 

 

 

Anexo ao Código de Milão

 

Analisado por todas as facções presentes nesta noite, 21 de Dezembro de 1993, e doravante preservados.

 

XIV. Todos os membros do Sabá têm o direito de monitorar o comportamento e as atividades de seus companheiros de Seita, a fim de manter a liberdade e a segurança.

 

XV. Todos os membros do Sabá têm o direito de convocar um conselho formado por seus semelhantes e líderes imediatos.

 

XVI. Todos os membros do Sabá devem tomar ações contra os membros da Seita que usarem de seus poderes e autoridade concedidos pelo Sabá em benefício próprio. Contudo, tal atitude deve ser tomada através de meios aceitáveis e aprovada por um quórum de Prisci.

 

 

===========================================================

 

 

 

Ainda assim, novos conflitos voltaram a ocorrer, inclusive o que culminou no reconhecimento dos Caitiff liderados por Joseph Pander como uma linhagem na chamada Guerra Civil Sabá, que ocorreu durante 100 noites do segundo semestre de 1957.

===========================================================

 

 

O SABBAT

 

O QUE É O SABÁ?

 

 

Isso significa Guerra. Guerra contra os Antediluvianos. Guerra contra a Gehenna. Guerra contra a Camarilla, o Inconnu e contra os cautelosos independentes. Guerra contra os caçadores de bruxas, os lobisomens, os covardes anarquistas e contra a humanidade. Para alguns vampiros, isso significa guerra contra a própria seita à qual eles pertencem.

 

Bem-vindo ao Sabá. Por favor, mantenha os braços dentro do veículo ou alguém pode arrancá-los fora; para devolver-lhe depois.

 

Para o Sabá, ser um vampiro significa ser um soldado em uma guerra santa contra os anciões, monstros canibais que há muito tempo passara adiante a Maldição de Caim. Os antediluvianos - e seus fantoches irracionais, os vampiros da Camarilla - têm como objetivo dar início a irascível tempestade de sangue da Gehenna no mundo, a fim de devorar suas obstinadas crias. O Sabá é um grupo que não quer que isso aconteça. Como parte daquelas mesmíssimas crianças obstinadas, eles têm coisas melhores a fazer do que morrer nas presas de seus malignos progenitores. Afinal de contas, eles têm um mundo inteiro para conquistar.

 

Para o Sabá, a luta eterna é uma questão de "nós contra eles", na qual "eles" significa todos aqueles que não fazem parte da seita. Embora seus membros não sejam imunes a uma pequena intriga no estilo dos Borgia ou até mesmo a algumas alianças por conveniência, no final das contas, a seita vem sempre em primeiro lugar. Os vampiros do Sabá, fanáticos até o fim, atiram-se alegremente no fogo por sua seita, caindo sobre seus inimigos em legiões e dilacerando-os da mesma forma que uma matilha de lobos derruba sua presa.

 

Pelo menos é assim que os outros vêem os vampiros do Sabá. Na verdade, a questão é muito mais complexa - mas, afinal de contas, não é sempre assim? Os vampiros do Sabá, ao contrário dos bárbaros irracionais e dos fanáticos infernais como são retratados por aqueles que os conhecem, estão perigosamente perto de se tornarem exatamente isso. Por terem voltado suas costas à Humanidade, eles sabem que são criaturas Amaldiçoadas da Besta. Contudo, em vez de lamentar a perda do que eram, os vampiros do Sabá deleitam-se com sua monstruosidade - eles são mais que humanos, amaldiçoados justamente por terem ido além das limitações da humanidade. E como sempre acontece quando se trata dos Amaldiçoados, os membros do Sabá são vampiros em primeiro lugar e integrantes da seita em segundo.

 

Obviamente, isso significa que a seita está tão repleta de traições, rivalidades e hostilidade ostensiva quanto qualquer outro grupo de "Membros" - uma expressão que indica fraqueza entre os Filhos e Filhas de Caim. A seita está doente, apodrecendo por dentro, mas ainda assim se rebela contra o seu próprio colapso com uma ferocidade nunca igualada por qualquer outro grupo de vampiros.

 

Essa não é a melhor época para se viver e com certeza é uma época infernal para ser um morto-vivo. Mas que opção você tem?

 

 

 

 

História

 

A história da seita no período que antecede o importante evento Cainita conhecido como a Convenção dos espinhos é bastante incerta. Alguns membros do Sabá afirmam se lembrar de noites de pilhagens terríveis e depredações divinas, perambulando pelas cidades do Velho Mundo como um culto à morte. Outros alegam que a seita nunca existiu realmente como seita até a Revolta Anarquista, era formada por bandos peregrinos, semelhante aos das noites de hoje. Outros afirmam que o próprio nome Sabá define as origens da seita - uma confederação dispersa de bruxas e monstros que afirmavam servir ao inferno.

 

Levando em conta as diversas teorias sobre a origem da seita, um fato parece mais ou menos certo: Ela só conseguiu proeminência depois da Revolta Anarquista, quando os jovens vampiros dos Clãs Lasombra e Tzimisce se levantaram contra os Antediluvianos. O inquestionável reinado dos anciões chegou ao fim e a sociedade dos vampiros mudou para sempre depois disso.

 

 

 

Os Lasombra conquistam a Liberdade

 

Em algum momento durante os séculos XIII e XIV, o clã Lasombra uniu-se e destruiu seu progenitor. Liderado por um Cainita carismático chamado Gratiano, os alvorotados anarquistas Lasombra decidiram que a lei ultrapassada dos anciões os oprimia. Como Guardiões, verdadeiros mestres da noite, os jovens Lasombra se rebelaram contra os laços feudais de senhor e vassalo que os relegava a um papel de servidão eterna. Seguindo a bandeira de Gratiano, Assamitas e anarquistas de todos os clãs se reuniram na Sicília, onde se dizia que o poderoso Antediluviano Lasombra havia construído seu refúgio. O refúgio, indefeso e despreparado, caiu diante dos revoltosos, permitindo que Gratiano consumisse o sangue do Ancião, libertando o clã da tirania.

 

Naturalmente, a história varia dependendo de quem a conta, pois o tempo e a má fé desgastaram a verdade. Dentre os vampiros que estavam presentes - independente deles ainda existirem ou já terem caído diante das presas sedentas de Cainitas mais jovens - ninguém se apresentou para corroborar qualquer detalhe da história.

 

Sendo assim, Gratiano, o líder de um bando anarquista ou talvez a cria traiçoeira do Ancião Lasombra ou o fantoche de outros mestres da Grande Jyhad, dependendo do ponto de vista - deu o primeiro golpe no que mais tarde seria conhecido como o período mais tumultuado da história vampírica já registrado, com a possível exceção das Ultimas Noites. Existem rumores de que Gratiano teria aceitado uma posição como arcebispo depois que o Sabá ascendeu ao poder (alguns séculos depois da diablerie do Antediluviano), mas esse rumor diverge de outros. Por que Gratiano, o vampiro que deu o primeiro golpe da Revolta Anarquista, iria se satisfazer com um mero arcebispado? Se sua causa era realmente verdadeira, por que ele aceitaria um arcebispado? Como esse ladino anarquista e seus soldados conseguiram derrotar todo um clã de mestres da ilusão? Várias questões surgiram, mas a verdade é que durante o período entre a queda do Ancião e o surgimento do Sabá, Gratiano e sua progênie desapareceram.

 

 

 

Os Seguidores do Demônio

 

Estimulados pelo sucesso dos Lasombra (notícias ruins viajam rapidamente entre os vampiros), os Tzimisce tomaram coragem e decidiram seguir o exemplo.

 

Os Demônios eram - é ainda são - uma família de vampiros notoriamente rebelde. Caracterizada por uma dignidade inescrutável de um lado e um contorcido desvio comportamental do outro, o clã literalmente entrou em guerra

consigo mesmo. Como mestres da Europa Oriental, os anciões Tzimisce mantinham suas terras com temíveis punhos

de ferro. Linhagens inteiras de Tzimisce eram senhores de terras desde tempos imemoráveis. Contudo, uma doença corroeu o clã por dentro. A Terra, nos domínios dos Tzimisce, pulsava com magia - há uma ligação mágica entre os Tzimisce e a terra que assombra o clã até mesmo nas noites de hoje. Essa magia infeccionou os Demônios, voltando-os contra seus

senhores ou fazendo com que eles deixassem de lado crueldades passadas, e se reunissem à causa dos anciões. A história da Transilvânia reflete bem esse caos, assim como a história caótica de outros territórios dos Cárpatos. Os vampiros literalmente guerreavam todas as noites, devastando as "terras além da floresta" em suas cruzadas sanguinárias.

 

No final, a paixão dos jovens anarquistas venceu o legado estagnado e decadente dos anciões. Demônios que haviam governado seus domínios durante séculos foram jogado nas ruas ou caçados até a extinção, sentenciados à morte pela desonra ardente dos anarquistas Tzimisce.

 

(Há uma nota de rodapé na história do Sabá, confirmada por muito poucos Tzimisce, que diz que muitos anciões foram diablerizados. Os estudiosos e historiadores Cainitas consideram essa alegação ominosa - por que os Demônios não reivindicaram o poder de seus anciões? Por que eles só diablerizaram membros de outros clãs? Os Tzimisce obviamente se mantêm calados sobre esse assunto, apontando alguns casos infames em que crias cometeram amarante (diablerie) em seus senhores. Outros Cainitas mencionam a raridade do acontecimento e preferem não insistir no assunto.

 

Por último, no final do século XIV (de acordo com fontes duvidosas), os Demônios conseguiram descobrir a localização do fundador de seu clã. Reunidos no local, uma igreja arruinada em um tirsa esquecido, os anarquistas Tzimisce desenterraram seu Ancião e cometeram diablerie sobre... ele. Depois de uma batalha longa e brutal contra os lacaios pervertidos do Demônio Ancião, os anarquistas venceram. Depois da batalha, Lugoi, o Violador do Sangue, o líder que havia participado do amarante, foi levado ao torpor pelo sangue poderoso que havia sido tomado das veias amaldiçoadas por Deus muito antes do nascimento de Cristo. Desde então, ninguém viu Lugoi novamente e várias histórias circulam entre os membros mais jovens do Sabá: mesmo quando a seita vence seus anciões, eles ainda conseguem arrastar consigo suas crias.

 

 

 

O Início da Revolução

 

Depois do sucesso dos anarquistas Tzimisce e Lasombra (muitos dos quais se declaravam anti-tribo ou "anti-clã" para indicar que eles haviam voltado as costas para seus pais), um parricídio generalizado estourou em toda a Europa. Como nunca havia acontecido antes, crias desiludidas com o tratamento que recebiam de seus anciões abraçaram a revolução. Os anciões eram destruídos aos montes, normalmente levando consigo numerosos jovens traiçoeiros. Efetivamente, a população cainita diminuiu com o retornar da guerra auxiliados pelos poderosos vampiros mercenários do Clã Assamita, os anarquistas não deixaram pedra sobre pedra em sua guerra contra seus odiados anciões.

 

Embora nenhum outro clã tenha alcançado o mesmo sucesso que os Tzimisce e Lasombra, não foi por falta deles tentaram. Até mesmo um dos mais poderosos anciões daqueles noites sombrias, Hardestadt do Clã Ventrue, sofreu um ataque audacioso e apesar de ter sobrevivido, ficou evidente que alguma coisa tinha de ser feita com relação ao caos furioso trazido pelos anarquistas.

 

Logo depois que a Revolta Anarquista chegou ao auge, os vampiros perceberam que haviam ido longe demais. Os mortais, observando o caos e o terror ao seu redor, descobriram que existiam monstros vivendo em seu meio. Depois de um apelo desesperado a Roma, a humanidade rogou ao papa que voltasse os esforços da Inquisição à erradicação desses demônios e hereges.

 

Essa missão devastou a comunidade Cainita mais do que a guerra cruenta, pois agora os vampiros tinham que temer também, além de uns aos outros, as rochas da Inquisição. Claro que os excessos dos anciões continuavam os mesmos, pois estes vampiros velhos e covardes, deixavam suas crias a Inquisição a fim de facilitar sua própria fuga.

 

Isso prosseguiu até que as coisas atingiram um ponto culminante. Alguns anciões poderosos, entre os quais se encontrava, o supostamente morto Hardestadt, invocaram todos os "Membros , alegando ter encontrado um fim para a necessidade de toda aquela guerra. Esse acordo escrito, conhecido como a Convenção dos Espinhos, prometia restaurar a ordem e a inviolabilidade da raça Cainita.

 

Para os anciões que o haviam escrito, contudo, o acordo era apenas um retorno às coisas como elas eram antes.

 

Os anarquistas e Assamitas, contudo, não tinham escolha, pois estavam encurralados entre a Inquisição e os anciões (que tinham séculos de experiência e eram infinitamente mais cautelosos). Os revoltosos, como um todo, concordaram com a Convenção, esperando conseguir ao mínimo assegurar para si apologético à congregação. Admitindo a derrota, os rebeldes e Assamitas sucumbiram à vontade dos anciões Cainitas, levando o Movimento Anarquista a um fim definitivo.

 

No entanto nem todos os anarquistas desistiram com tanta facilidade. A volta "definitiva" alcançada pelos vampiros da recém-criada Camarilla, os anarquistas arrependidos e a grande maioria do Clã Assamita, ofereceu pouco no que diz respeito à reparação da situação que eles próprios haviam provocado. Enfurecidos, os demais anarquistas e Assamitas passaram por cima dos Espinhos, deixando para trás nada além da carcaça queimada e ensangüentada de uma cidade. Embora ainda não estivessem organizados, naquela noite, a seita que mais tarde se tornaria o Sabá dera seu primeiro passo em direção ao seu destino imortal.

 

Nos 50 anos que se seguiram, bandos ("sabás") de anti-tribo infestaram a noite, arrastando aldeões para a escuridão e atacando cada vez com mais precisão a base de poder que a Camarilla estava construindo para si. Ao longo daqueles 50 anos, esses rebeldes se organizaram em uma seita coesa e ideológica, chegando ao acordo quanto a uma doutrina primitiva contra os anciões e os Antediluvianos que puxavam seus cordões. A libertação da Jyhad dos Antigos, tornou-se o principal fundamento da seita - mesmo que os Lasombra e Tzimisce tenham conseguido destruir seus Antediluvianos, isso só permitiu que os outros Antigos existentes preenchessem o espaço deixado. Até a metade do século XVI, a entidade conhecida como Sabá se uniu formando uma oposição à Camarilla e a uma sujeição cega ao mal maior.

 

 

 

O Novo Mundo

 

No final do século XVI, o Sabá se viu em uma posição precária. Composta, como estava, por alguns anciões Cainitas obstinados (que teriam sido alvos de violência, caso tivessem declarado fidelidade à Camarilla) e uma vasta maioria de jovens vampiros sem muito poder ou influência, a seita não tinha conseguido obter uma vantagem significativa (nem mesmo uma cabeça-de-ponte) contra a nascente Camarilla.

 

Uma guerra implacável brotou entre os vampiros do recém-formado Sabá e os da não muito mais velha Camarilla. A Inquisição continuava fazendo vítimas enquanto todos os Cainitas da Europa trocavam sinais na areia para indicar seus compromissos de lealdade. No entanto, essas fronteiras não eram políticas, já que os vampiros não possuíam habilidade para controlar as chefes de estado ou requerer comissões governamentais para si mesmos (isto é, pelo menos não em grande escala; alguns vampiros operam em níveis mais baixos do governo até as noites de hoje), mas especificavam até onde os Membros poderiam estender o seu poder. Algumas cidades importantes da Espanha (nas quais o Sabá predominava) possuíam comunidades poderosas de vampiros da Camarilla, enquanto mais de uma cidade na França - nas quais os Toreador e os Ventrue exerciam sua influência abrigavam grandes populações do Sabá. No final das contas, a guerra era mais uma litania noturna de ataques de guerrilhas do que ações francas no campo de batalha. Governos fantoches caíram ou mudaram de lado, ordens cavalheirescas se desintegraram, a ciência criava armas terríveis com as quais podia-se atacar inimigos e ter refúgios queimados como lenha na lareira no inverno. No final, contudo, a maré estava a favor da Camarilla.

 

A era da Exploração, contudo, abrira novas paisagens tanto para a humanidade quanto para os Cainitas. O Sabá, composto de vampiros mais jovens que ainda não foram corrompidos pela existência vampírica, enxergaram a oportunidade apresentada pelas Américas e se aproveitaram dela. Deixando para trás seus territórios no Velho Mundo, com exceção de alguns (notavelmente Madri, residência do Arcebispo Ambrose Luis Monçada, e alguns domínios ocidentais mais antigos dos Tzimisce), o Sabá estabeleceu uma presença retumbante no território que mais tarde se tornaria os Estados Unidos.

 

Durante algum tempo, a seita prosperou nas colônias florescentes. Em meio a mortais revolucionários e radicais, a presença do Sabá foi facilmente escondida insurreicionistas da região. No entanto, dois fatores conspiraram para manter o Sabá do Novo Mundo relativamente fraco. Muitos dos mortais que fugiram para o Novo Mundo estavam sendo perseguidos pela Igreja, separando-se de um forte contingente daqueles que possuíam Fé Verdadeira os colonistas. Além disso, estando separados do lar de seus anciões, o Sabá encontrou dificuldade em levar adiante sua luta contra os anciões. Foi somente a presença dos terríveis Lupinos que os impediu de rebaixar-se à querelas cruentas, como aconteceu com os rumores ocasionais sobre poderosos anciões Cainitas nativos ou Matusaléns vindos do Velho Mundo.

 

Mesmo assim, a relativa proeminência do Sabá enfrentou oposição, à medida que vampiros da Camarilla privados dos direitos civis também atravessavam o oceano com a esperança de conquistar um legado para si, longe do punho de ferro dos anciões europeus. Em pouco tempo, a guerra entre o Sabá e a Camarilla que começara depois da Revolta Anarquista desembarcou no litoral da América.

 

Depois de pouco tempo, eram poucos os conflitos mortais no Novo Mundo que não escondiam as implicações mais sinistras dos desacordos vampíricos. Foi o Sabá quem definiu as tendências deste período tumultuoso da história, usando a Revolução Norte Americana, a Guerra entre franceses e índios e a violência incessante da fronteira norte-americana como uma cortina de fumaça para suas próprias campanhas de conquista e parasitismo. Da mesma forma que as cidades superpopulosas do Velho Mundo, praticamente todas as cidades americanas tinham uma grande população de vampiros, justamente o que o êxodo para o Novo Mundo tentara evitar. Os cercos - a inanição de vampiros da Camarilla enquanto os vampiros do Sabá comportavam-se de forma violenta e infringiam a Máscara, tornando uma alimentação discreta praticamente impossível - tornaram-se uma tática popular, mas raramente funcionavam a longo prazo.

 

Todos sabem que a características mais incapacitante do Sabá é sua falta de organização. Em vez de estabelecer códigos rígidos de comportamento e hierarquias bizantinas de responsabilidade, o Sabá simplesmente adotou a liberdade. Essa liberdade, contudo, voltou-se contra a seita na forma de um conflito que mais tarde ficou conhecido como a Guerra Civil Sabá.

 

No final do século XVIII, os Lasombra e os Tzimisce, os clãs mais populosos do Sabá, começaram a guerrear entre si pelos recursos que se exauriam rapidamente no Novo Mundo. O continente era imenso e subdesenvolvido, suas cidades, poucas e distantes, e menor ainda era o número de Cainitas; que desejava tentar sobreviver nas áreas selvagens. As cidades tornaram-se mercadorias para o Sabá, pois lutavam umas contra as outras em nome das minguantes comunidades de humanos que sustentavam sua existência. Na verdade, muitos membros do Sabá adotaram a identidade de saqueadores nativo-americanos, transformando cidades inteiras em barris de pólvora paranóicos, alegando que se eles não podiam ter a cidade, ninguém mais a teria.

 

(Vale lembrar que uma grande parte da cultura Sabá é proveniente de práticas nativo-americanas. Vários ritae da seita têm sua origem em práticas xamãs e muitos dos seus comprimentos e rituais menos importantes [compartilhar sangue em apertos de mão, sinais de fumaça e missões intuitivas] evocam certos costumes tribais dos povos indígenas do Novo Mundo - ou pelo menos a interpretação européia desses costumes.)

 

Em meio aos conflitos entre os vários clãs e facções do Sabá, a Camarilla se infiltrou no Novo Mundo sem ser notada. Quando o Sabá percebeu que havia sido cercado e, de fato, surpreendido, já era tarde demais. Depois de um breve período de 30 anos, os esforços do Sabá haviam sido desfeitos pelos mesmos inimigos dos quais eles haviam fugido no Velho Mundo.

 

 

 

O Tratado de Sustentação

 

Relutante em aceitar sua derrota, o Sabá voltou sua atenção para os problemas internos da seita, assumindo o compromisso de harmonizar suas diferenças e concentrar seus esforços mais uma vez contra seu verdadeiro inimigo: a Camarilla e os Antigos.

 

Em 1803, o ano em que o presidente americano Thomas Jefferson adquiriu todo o território americano a oeste do Rio Mississipi dos franceses, o Sabá fez um acordo interno conhecido como o Tratado de Sustentação (depois do Tratado da Louisiana). Esse pacto proibia expressamente qualquer conflito entre os vampiros da seita, constituindo uma decisão muito importante na história da seita. Até então, todos os membros do Sabá eram completamente livres - se desejassem, poderiam guerrear abertamente uns contra os outros ou reivindicar publicamente a esfera de influência de um outro Cainita. O Tratado de Sustentação acabou com a possibilidade de tais conflitos (pelo menos abertamente, como muitos integrantes do Sabá acabaram descobrindo para seu desapontamento). Relutante em arriscar sua destruição nas mãos da Camarilla por causa de disputas internas mesquinhas, o Sabá finalmente voltou sua atenção contra seu verdadeiro inimigo.

 

Infelizmente para o Sabá, o Tratado de Sustentação chegou tarde demais. A influência traiçoeira da Camarilla já se enraizara no que havia se tornado os Estados Unidos e também já fazia parte do ímpeto que conduzia a América do Norte em direção ao oeste.

 

No entanto, os vampiros do Sabá são acima de tudo sobreviventes e, apesar dos obstáculos colocados em seu caminho pela invasão da Camarilla, a seita persistiu. Estabelecendo fortalezas no Canadá (onde os laços de alguns vampiros do Sabá com os nativo americanos foram extremamente úteis) e no México (onde as condições de pobreza e os governos corruptos permitiram que a sociedade vampírica prosperasse), o Sabá bloqueou com êxito a invasão da Camarilla. A freqüência das cruzadas - ataques surpresa brutais que enviavam inúmeras ondas de vampiros para tomar publica ou secretamente uma cidade - aumentava cada vez mais. A seita rival só podia se mover para o oeste cercada como estava pela presença Sabá nos territórios imediatamente ao norte e ao sul. A única coisa que o Sabá tinha de fazer era defender suas fronteiras....

 

No entanto, era cada vez mais difícil manter a seita unida, pois cóleras antigas se acenderam e os Tzimisce e os Lasombra culpavam uns aos outros por terem deixado que os Estados Unidos deslizasse por entre os dedos da seita. Os membros mais calmos do Sabá ressaltavam que, embora tivesse entregue os Estados Unidos, o Sabá havia reivindicado a posse dos territórios do México e do Canadá, o que lhes garantia um espaço geográfico muito maior. Contudo, a verdade é que em tempos de guerra os mais calmos nunca prevalecem e mais uma onda de guerras internas explodiu, culminando na Segunda Guerra Civil do Sabá.

 

Desta vez, divididos tanto pela geografia como pelas linhagens, o Sabá quase se destruiu no Novo Mundo. Os Lasombra e os Tzimisce não permitiram que nenhum Cainita permanecesse neutro no conflito, arrastando clãs, facções e cultos inteiros - qualquer um que pudesse ajudar em um dos lados. Durante a luta, o México foi destruído, o que é em grande parte responsável por seu estado decrépito mesmo nas noites de hoje. O conflito no Canadá foi mais demorado - pelo menos até os Tzimisce descobrirem que os Lasombra estavam enviando reforços para o México em segredo a fim de ajudarem sua causa.

 

No entanto, a história dos mortais conspirou para manter os Cainitas a salvo pois o conflito atingiu o seu ápice durante a 1 Guerra Mundial. Os americanos haviam se concentrado tanto nos eventos do Teatro Europeu que tinham pouco tempo para perceber conflitos secretos entre vampiros ao norte e ao sul. Da mesma forma, os canadenses não sentiram um grande impacto, pois a maior parte da luta aconteceu há milhares de quilômetros dali, no México.

 

A Camarilla assumiu o controle de várias cidades canadenses, já que a presença Sabá no território havia se tornado fraca demais para repeli-la.

 

Por último, depois de se tornarem dolorosamente cientes de que suas ações haviam lhes custado mais um território, os vampiros do Sabá esqueceram suas diferenças... por algum tempo. Reunidos em Nova Iorque, cidade que a seita havia conseguido manter sob seu controle apesar dos esforços contínuos da Camarilla, os membros mais importantes da hierarquia Sabá reconsideraram o seu compromisso com as causas da seita. Não contentes em simplesmente assinar um acordo de boa fé, como haviam feito anteriormente, eles ponderaram sobre o que era realmente importante para a Espada de Caim. Uma congregação desconhecida do Sabá se comprometeu a documentar as cláusulas do Código de Milão, uma coleção de princípios que compunham a ideologia do Sabá, supostamente desde a criação da seita. Além disso, os vampiros reunidos apresentaram alguns anexos, a fim de atualizar o código em vista dos acontecimentos mais recentes.

 

Mais uma vez, esse código revisado era muito pouco e apareceu tarde demais. Depois de alguns escassos anos de relativa paz (aos quais muitos membros do Sabá que estavam presentes na reafirmação do código atribuem ao medo de Serafim), surgiram novos problemas.

 

A Terceira Guerra Civil Sabá, a mais breve das três, durou apenas 100 noites, durante o segundo semestre de 1957. Incitada por uma tentativa de golpe fracassada em favor da anti-tribu Brujah na cidade de Nova Iorque, a violência novamente estourou. Ironicamente, o fim do problema veio como resultado da mais rara forma de diplomacia Cainita - uma concessão. Depois que o golpe anti-tribo Brujah falhou, o clã se levantou contra os Lasombra e os Tzimisce, movimentos que estavam fadados ao desastre. Contudo, das cinzas da guerra emergiu um grupo unificado de caitiff autodenominado Panders, em homenagem ao seu líder, Joseph Pander. Os Panders tinham o apoio dos Brujah anti-tribu, pois eles faziam parte da ralé e eram párias muito parecidos com o que os Brujah haviam se tornado depois da migração para o novo mundo. Vendo a oportunidade de evitar mais uma guerra extenuante (e terrivelmente inoportuna), os Lasombra e os Tzimisce reconheceram os Panders como uma entidade distinta, conferindo-lhe o status de clã ou linhagem. Depois de satisfazer a multidão, sem necessidade de grandes concessões por parte dos Demônios e Guardiões, a seita seguiu em frente, escapando por pouco de mais um revés incapacitante.

 

 

NOTA: Retirado do Guia do Sabá e da internet.